Marcelo Almeida do Nascimento

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Neste blog você encontrará os textos originais dos meus projetos literários, peças teatrais, roteiros e apresentação de jogos de tabuleiro. osbatutas@yahoo.com.br

Escrever para quê?

O título acima faz parte de uma discussão que termina na seguinte conclusão: Ler para quê? Há muitos anos tenho desenvolvido minha teoria a respeito dos hábitos da leitura e do gosto pela literatura. Por isso estou voltando a usar este blog para discutir um pouquinho sobre a falta de leitura e o comprometimento disso na escrita. Afinal, para que escrever se não há ninguém para ler.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A religião é ainda solução (?!?!)

Uma ideia que teu tenho a respeito da falta de concentração dos nossos pequeninos, e também dos não tão pequeninos, dentro da sala de aula passa pela falta de religião. Mas não se trata da religião em si, de determinada crença ou do sentido etimológico da palavra (religar-se com Deus). Impulsionado pelo mantra invisível do capitalismo (commmprreeeee), a idéia de aprender com quem sabe mais que você acabou dando lugar para o aprenda só o que você precisa, destruindo assim a figura iconoclasta do pensador, do tutor, do filósofo, do conhecedor, enfim, do professor. Alie a isso a velocidade das informações, a prática desenfreada do consumismo e você verá que é absurdamente lógico ser completamente irracional perder tempo em sala de aula. Afinal de contas, do que eu preciso eu encontro fora dela. A solução imediata dos meus problemas, as respostas as minhas questões existenciais sobre o mundo não são respondidas em sala de aula, mas sim fora dela, de preferência na Internet.
A Escola serve para dominar e te fazer aprender o que uma sociedade ultrapassada e feudal quer na base da força, repetição, castigo e submissão. E por ainda manter essa base de ensino é que a nossa sociedade precisa da religião para ajudar na educação de seus cidadãos. Vou citar como exemplo apenas a igreja católica O padre, na sua posição dileta de intérprete das leis de Deus e iconizado para tanto, consegue – e retém, a atenção daqueles que estão em sua assembléia. Aí impera o temor perante o desconhecido, misturado com a esperança dos desesperados e a transmissão de responsabilidade dos sediosos em livrar-se dos seus problemas pessoais. Ao estar em uma reunião religiosa, a pessoa, por necessidade, medo ou curiosidade, permanece calada, concentrada, no mínimo pensativa, e assim permanece até o término da reunião. Se fosse submetida semanalmente a essa prática, um aluno, por mais encapetado que seja, poderia dispender na escola a mesma atenção, concentração ou, no mínimo respeito. Afinal de contas, o ser humano é um meio dialético de ver o mundo e de se ver no mundo. Delicioso, não é?

2 comentários:

  1. Putz, que merda de raciocínio. Achar que uma lavagem cerebral, onde ninguém questiona nada, é a solução para estimular as pessoas pensarem...

    Meu amigo, em um lugar onde todos pensam de forma igual, significa que ninguém ali está pensando.

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  2. Seu texto me parece desafiador. Você oferece uma solução criando outra problemática... é no mínimo instigante. Pois bem, vejamos o cerne da questão: você imputa ao defict de atenção de muitos (e porque não da maioria) e ao total desrespeito à educação, à falta de religião. Entendo claramente seu comentário, acredito que a ausência de bons referenciais tem nos feito esquecer, de maneira abrupta, uma grande parte dos conceitos e principios que nos são tipicamente tradicionais. Tradicionais no melhor sentido lexico, tradicionais no que tange à transmissão desses elementos basilares da formação do homem. Entendo que o desestímulo em relação à busca pelo saber e a falta de comprometimento que se alastra por entre os individuos "pensantes" de nossa sociedade seja também um resultado desta revolução técnológica em que estamos inseridos. Tudo é absolutamente simples, a informação está a apenas um "click" e assim, diante a tanta facilidade,surge a acomodação. Esquecemos a importancia das bibliotecas, do cheiro do livro novo, e dos velhos. Do sabor peculiar do café acompanhado por uma boa literatura Machadiana... tudo isso é passado. As pessoas não tem tempo para essas coisas, tudo acontece ao mesmo tempo agora e assim, sem darmos a necessária atenção a vida se esvai. Apesar de não ser uma pessoa religiosa, tenho minha propria religiosidade. Sei da importância da religião na vida do ser humano não como instrumento de manipulação de massa como antes fôra, como dogma ou como um placebo como ainda vemos nos canais abertos da televisão. A importância da religião está intrinsecamente ligada à relação do homem com o homem, está na percepção do ser na coletividade. Ela se encontra na contrução da moral, nas atitudes de dever e não dever, do errado e do correto, na importância atribuída á formação dos valores de um indivíduo e consequentemente do seu papel na sociedade.
    Acreditar em algo não nos torna vulneráveis à massificação desde que não deixemos de lado a razão. Acreditar em algo, ter uma filosofia de vida apreciar determinada pessoa, nos auxilia a criar parâmentros.
    Em suma, entendo que a ausência de religião nos aproxime cada vez mais do "estado de natureza", onde o homem é o lobo do homem. Os contratos sociais celebrados em entre os indivìduos de uma sociedade são fundamentais para a propria sobrevivência onde não existam leis, não existam freios, não há liberdade.

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